Tinha tudo para ser mais um concurso... Uma manhã chata e sonolenta como outra qualquer... Tudo para ser nada de extraordinário, no entanto, sei que o extraordinário poder fazer-se presente no cotidiano e, é exatamente ali onde ele se tem mais forte e abstrato... Primeiramente: a noite anterior... Vou deitar cedo para não ter tanto sono na manhã seguinte... Adiantou? Não. Uma força maior me chamou à internet e lá vou eu, ver o que havia de novo... E havia... Havia uma resposta, um desejo de ânimo... Porque a coragem está dentro de mim (no fundo, eu sei disso, mas é tão complicado ser forte o tempo todo)... Volto a dormir, dessa vez mais tranquila... (?) De repente, vejo-me envolvida num pesadelo horrivelmente real... Acordo angustiada com a possibilidade daquela situação... Não. Não suportaria. Tento dormir novamente, mas o sono transformou-se num inimigo... Medo. O pesadelo voltou, mas teve um "final feliz", estranhamente feliz... =S Noite turbulenta para quem teria uma manhã intensamente silenciosa (em todos os sentidos)... Levanto sonolenta, com medo de perder a hora... Depois de me aprontar, direciono-me rumo a minha queridíssima universidade (sem ironias, eu gosto dela sim.)... Encontro velhos conhecidos... Caminho em direção a sala que iria fiscalizar... Ainda estou só. Meu colega ainda não havia chegado. O grande detalhe é: ele não foi. Quem teria sido? Bom não sei, o fato é que a troca, deve ter sido muito proveitosa. rs. Curiosamente, alguém que eu já havia visto ocasionalmente na faculdade, veio para me acompanhar na fiscalização das provas... O inusitado de como ele foi mandado para a sala é detalhe que eu não conto... rs. Ironia da vida: observando a lista com os nomes dos candidatos, percebi a presença de uma cearense (Meu Deus!!! Isso é perseguição!!!)... Tudo bem, eu supero... Parece que não tem jeito mesmo de separar o Ceará de mim... ou me separar do Ceará, talvez... "Enfim"... Os candidatos começam a chegar apreensivos... Tudo isso porque suas vidas estão depositadas em expectativas que dali a alguns instantes iriam ser entregues a uma prova de 40 questões e uma redação... Ah, a redação...
Eu apenas não imaginava que essa manhã fosse mexer tanto comigo... É que foi uma manhã silenciosa, não poderia ter sido diferente... Um silêncio tenso apodera-se daquela sala, apenas o som do ventilador e o barulho do folhear das páginas da prova são ouvidos no ambiente... O sono começa a vir e é partilhado por ambos os fiscais que se comunicam com os olhares e expressões... Engraçado como nessas horas, o tempo parece interminável... Andando de um lado para o outro... Observando a angústia de alguns candidatos... Como estudante do curso de Letras e, consequentemente, professora de Português, não pude deixar de notar frases, palavras... e, me questionar: onde está o erro da Educação??? De onde vem essa situação caótica na escrita dos jovens estudantes... Uma professora, certa vez, comentou que os professores lançavam a culpa uns sobre os outros: o superior culpava o médio que culpava o fundamental que culpava o infantil que culpava a família que culpava o nascimento da criança... Lamentável. Que fazer??? Indagações e frustrações pedagógicas a parte (isso merece uma atenção bem maior em outro momento)... Não deixaria de citar inusitado de meu caro colegar ter sido abandonado pelo tênis que usava enquanto ainda passava com a ata de frequência entre os candidatos... Foi, no mínimo, cômico, ao menos para mim, que presenciei a cena...
Foi uma manhã tranquila. Inusitadamente, divertida. É tão bom conhecer pessoas novas, mesmo que a vejamos apenas num instante, como numa conversa corriqueira no ponto de ônibus ou mesmo na fiscalização de um concurso...
[...]
O dia continua e a realidade que está "terrivelmente" assustadora me aguarda...
"Enfim"...
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