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domingo, 31 de outubro de 2010

Entre dois caminhos...

Dois caminhos.
Duas possibilidades.
Ou... impossibilidades.
Quando parecia estar tudo sob controle,
eis que me vem novamente a provocação de dúvidas...
Incerteza.
Porque não posso fingir que nada aconteceu.
Não dá pra agir como se não fosse nada.
Quando se vira a página de um livro, 
o que foi lido permance na memória,
ou mesmo, no coração.
 Definitivamente, não.
Eu não quero fazer essa escolha.
Não há, nesse caso, escolha a ser feita.
Pode ser que doa, esse esquivar-se de uma decisão...
Pode ser que o arrependimento venha um dia...
Mas, hoje...
Ao menos hoje, sei que um caminho me oferece certezas, 
mas, limita meus horizontes...
Outro caminho, só traz incertezas,
é um terreno desconhecido, onde é preciso tomar cuidado.
Um caminho tem um passado de marcas, de alegrias, mas também de lágrimas...
Outro caminho tem expectativas, mas é obscuro demais...
Ambos trazem impossibilidades.
Não. 
Melhor mesmo é não optar por nenhum desses caminhos.
E, se a escolha for inevitável?
Eu fujo... Aprendo a voar e, fujo...
Vou criar meu próprio caminho.
[...]






sábado, 30 de outubro de 2010

Descanso. (?)

Com aquele "cansaço do mundo" sobre minhas costas, caí na cama de bruços e, adormeci ao som de uma certa música... Sorrateiramente, minha mãe chega, liga o ventilador e, cobre-me como quando eu estava sob seus olhos... Abro os olhos e contemplo o cuidado daquela mulher marcada por um cansaço maior que o meu, a quem sou tão devota (apesar de todo e qualquer pesar)... Ela olha para mim dura e,  docemente, diz: "Descanse". Naquele instante eu quis voltar no tempo, quis nunca ter saído do aconchego dos seus braços, de perto dos seus cuidados (às vezes, exagerados, mas sempre tão bem intencionados)... Como é bom estar em casa. Como é bom, até mesmo, ouvir as discussões sem motivos dos meus pais, que ora me chateiam, ora me fazem rir...Como é bom levantar, porque embora esteja deitada, o sono não vem e, ver que estou em casa, com meus pais... Como é bom vê-los conversar (que seja do jeito deles, mas que seja.)... Como é boa essa sensação de proteção que me invade... mas, não é só isso... não é só isso... 
e, lágrimas invadem meus olhos...
[...]

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Chuva...


E esse frio gostoso pede aconchego... Humano pede abraço, pede carinho... Gotinhas de chuva tomam conta da cidade. A insanidade 'oculta' pede para ir ao meio dos caminhos e banhar-se nessa chuva, receber as energias que ela traz... Nossa! Como seria bom... Como seria bom a renovação das energias por essas águas que caem do céu, num ciclo mágico da natureza...
[...]
Não fossem os materiais... Livros, cadernos, apostilas... Não fossem as preocupações banais com a "saúde do corpo", não fosse a imagem que as pessoas construiriam... Não fosse tudo isso, correria, correria e sentiria a chuva envolvê-la, abriria os braços e aguardaria o seu abraço... Sentiria a leveza de estar num estado pleno de liberdade... E, sentiria esse "estado agudo de felicidade" como quem se entrega a si mesmo numa prece apressada e intensa...
[...]
Enfim...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Por que amo uma casa azul???



Azul é a cor do céu... E o céu inspira liberdade, ao menos o céu que se pode ver azul, o céu campestre... Um dia, a menina conheceu uma casa azul como esse céu do campo... e, essa casa se tornou um céu para ela... A menina achou a casa, aparentemente e exteriormente, comum, mas ouviu dizer que lá dentro havia um universo... A menina quis entender o porquê... quis conhecer o universo... e, a menina se apaixonou por aquele universo.

A menina viu crianças brincando de ser gente grande, a menina viu crianças brincando de ser cidadãs... E não era brincadeira o que a menina via... A menina viu crianças comprometidas, espontâneas, doces, alegres... A menina viu crianças conhecedoras de suas raízes, de suas histórias... A menina viu luz naquelas crianças... mais que isso, a menina viu luz naquela casa azul...

A casa parecia encantada. Ocorreu ali, um encontro surreal entre ela e sua própria essência que estava perdida dentro de si mesma... Sei lá... É como se ela já a conhecesse, se estivesse em busca dela e, de repente, o encontro fora inevitável... O coração da casa, sua memória, suas lendas, suas histórias, seus encantos...

Era pra ser uma casa de brinquedo, esse era o sonho de seu idealizador, de seu pai sonhador... Mas, a casa criou vida e as crianças que nela chegaram, observando, sorrateiramente, pelas frestas da janela começaram a sentir que aquela casa era mesmo delas... E começaram a brincar de ser adultas... Que nada... Na realidade, elas começaram a mostras que tinham tanta e até mais capacidade do que eles para contar histórias, para encantar os visitantes, para emocionar as pessoas... Foi isso. A menina viu e, mesmo não acreditando no que via, percebeu que era real... Ela estava, de fato, vivendo um sonho... Um sonho real e lindo de se viver... 

Por entre as salas de um Memorial que conta história, por entre laboratórios que materializam essas histórias, por meio de gibis, músicas, espetáculos teatrais etc, por entre as paredes das bibliotecas, dvdteca, gibiteca, editora, rádio, laboratório de arqueologia... na candura do parquinho, na rusticidade do teatro, em todos esses ambientes é perceptível a magia e a veia mítica que toma conta do lugar... A menina tem brilho nos olhos novamente. A menina restaura suas esperanças num mundo melhor...

Essa menina, não é, na realidade, uma menina em idade... mas, é uma menina de coração. E tornou-se menina dessa casa... Porque uma passou a pertencer a outra, numa comunhão de sintonia impressionante... E as palavras não conseguem definir e, ao sair de lá a menina só dizia: Inexprimível! Indizível! Essas exclamações continuam com ela... Mesmo na incerteza do reencontro, mesmo com a distância que as separa... A menina sabe que sua casa estará sempre lá, esperando sua vinda, de braços abertos para acalentá-la em sua paz...

Essa menina sou eu e, essa casa mora na Chapada do Araripe, foi tombada sua Casa Patrimônio há quase um ano... Essa casa é mais que isso, essa casa também é minha... Por que eu amo essa casa azul??? Ah... Há perguntas que não precisam de respostas... Eu, simplesmente, amo.

Um segredo...


[...] ... [...]

domingo, 24 de outubro de 2010

Perto-longe-perto.

Meu poeta...
Meu sempre "meu poeta"...
Se eu pudesse gritar a falta que tenho de ti, seria mais fácil as pessoas perceberem o que vai além das minhas palavras e das confusões que faço e fazem do que eu sinto... Mas, nada disso importa, quando recebo as réstias de luz que me envias quando menos espero, quando mais preciso... Como você consegue adivinha esses momentos??? 
Tanta saudade que tenho do teu abraço que me confortava, me fortalecia e protegia... Sei que, mesmo agora, que estás distante tuas palavras transformaram-se nesse porto seguro, no entanto, sua presença presente me faz falta... Sinto falta das nossas conversas nos corredores da faculdade, dos comentários, dos desabafos, do teu auxílio... Sinto falta de ser tua meninamiga.. A "Estrelinha" no teu céu que iluminava as noites sem luz... 
Sinto falta da tua compreensão do meu Silêncio... 
Do nosso Silêncio.
Hoje, estou meio saudosa... Aliás, eu sou meio saudosa (ou completamente)...
Mas, tuas mensagens são culpadas por me fazerem sentir tão bem... por me confortarem, mesmo longe... porque estás perto... perto-longe-perto.
Também amo vc!!!
Porque você é anjo, é luz em minha vida...
Meu amigo perto-longe-perto.
Porque somente nós somos capazes de entender esse amor que nos une.
Carinho sempre.

À G.X.

Fragmentos de "O Pequeno Príncipe"...


"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"

"O Amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte".

"O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma direção."

"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante."

" Não exijas de ninguém senão aquilo que realmente pode dar."

"Em um mundo que se fez deserto, temos sede de encontrar companheiros."

" Nunca estamos contentes onde estamos."

" Será como a flor. Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas."

"Para enxergar claro, bastar mudar a direção do olhar."

" Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."

" Sois belas, mas vazias. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus a redoma. Foi a ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu matei as larvas. Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa."

" Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"

" Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

" O amor verdadeiro não se consome, quanto mais dás, mais te ficas."

" Só os caminhos invisíveis do amor libertam os homens.

" O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem."

"Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla."

"Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas." (Antoine de Saint-Exupéry)

"ACASO

"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "

(Antoine de Saint-Exupéry)



"A civilização é um bem invisível porque inscreve seu nome nas coisas",
E suas últimas palavras antes de embarcar na missão final e fatal: "Se voltar, o que será preciso dizer aos homens?"

Ele escreveria que "durante séculos e séculos a minha civilização contemplou Deus através dos homens. O homem era criado à imagem de Deus. Respeitava-se Deus no homem. Esse reflexo de Deus conferia uma dignidade inalienável ao homem", para concluir que "as relações do homem com Deus serviam de fundamento evidente aos deveres do de cada homem consigo próprio ou para com os outros".

"Havia, em algum lugar, um parque cheio de pinheiros e tílias, e uma velha casa que eu amava. Pouco importava que ela estivesse distante ou próxima, que não pudesse cercar de calor o meu corpo, nem me abrigar; reduzida apenas a um sonho, bastava que ela existisse para que a minha noite fosse cheia de sua presença. Eu não era mais um corpo de homem perdido no areal. Eu me orientava. Era o menino daquela casa, cheio da lembrança de seus perfumes, cheio da fragrância dos seus vestíbulos, cheio das vozes que a haviam animado."


(Antoine de Saint-Exupéry)





*Dedicado àqueles que acreditam no valor das pequenas coisas, aqueles que veem no Pequeno Príncipe a sabedoria da doçura, do encanto e do fascínio...

Aos meninos e meninas da casa do meu coração...
Fundação Casa Grande.

Fiscalizando um concurso...

Tinha tudo para ser mais um concurso... Uma manhã chata e sonolenta como outra qualquer... Tudo para ser nada de extraordinário, no entanto, sei que o extraordinário poder fazer-se presente no cotidiano e, é exatamente ali onde ele se tem mais forte e abstrato... Primeiramente: a noite anterior... Vou deitar cedo para não ter tanto sono na manhã seguinte... Adiantou? Não. Uma força maior me chamou à internet e lá vou eu, ver o que havia de novo... E havia... Havia uma resposta, um desejo de ânimo... Porque a coragem está dentro de mim (no fundo, eu sei disso, mas é tão complicado ser forte o tempo todo)... Volto a dormir, dessa vez mais tranquila... (?) De repente, vejo-me envolvida num pesadelo horrivelmente real... Acordo angustiada com a possibilidade daquela situação... Não. Não suportaria. Tento dormir novamente, mas o sono transformou-se num inimigo... Medo. O pesadelo voltou, mas teve um "final feliz", estranhamente feliz... =S Noite turbulenta para quem teria uma manhã intensamente silenciosa (em todos os sentidos)... Levanto sonolenta, com medo de perder a hora... Depois de me aprontar, direciono-me rumo a minha queridíssima universidade (sem ironias, eu gosto dela sim.)... Encontro velhos conhecidos... Caminho em direção a sala que iria fiscalizar... Ainda estou só. Meu colega ainda não havia chegado. O grande detalhe é: ele não foi. Quem teria sido? Bom não sei, o fato é que a troca, deve ter sido muito proveitosa. rs. Curiosamente, alguém que eu já havia visto ocasionalmente na faculdade, veio para me acompanhar na fiscalização das provas... O inusitado de como ele foi mandado para a sala é detalhe que eu não conto... rs. Ironia da vida: observando a lista com os nomes dos candidatos, percebi a presença de uma cearense (Meu Deus!!! Isso é perseguição!!!)... Tudo bem, eu supero... Parece que não tem jeito mesmo de separar o Ceará de mim... ou me separar do Ceará, talvez... "Enfim"... Os candidatos começam a chegar apreensivos... Tudo isso porque suas vidas estão depositadas em expectativas que dali a alguns instantes iriam ser entregues a uma prova de 40 questões e uma redação... Ah, a redação... 
Eu apenas não imaginava que essa manhã fosse mexer tanto comigo... É que foi uma manhã silenciosa, não poderia ter sido diferente... Um silêncio tenso apodera-se daquela sala, apenas o som do ventilador e o barulho do folhear das páginas da prova são ouvidos no ambiente... O sono começa a vir e é partilhado por ambos os fiscais que se comunicam com os olhares e expressões... Engraçado como nessas horas, o tempo parece interminável... Andando de um lado para o outro... Observando a angústia de alguns candidatos... Como estudante do curso de Letras e, consequentemente, professora de Português, não pude deixar de notar frases, palavras... e, me questionar: onde está o erro da Educação??? De onde vem essa situação caótica na escrita dos jovens estudantes... Uma professora, certa vez, comentou que os professores lançavam a culpa uns sobre os outros: o superior culpava o médio que culpava o fundamental que culpava o infantil que culpava a família que culpava o nascimento da criança... Lamentável. Que fazer??? Indagações e frustrações pedagógicas a parte (isso merece uma atenção bem maior em outro momento)... Não deixaria de citar  inusitado de meu caro colegar ter sido abandonado pelo tênis que usava enquanto ainda passava com a ata de frequência entre os candidatos... Foi, no mínimo, cômico, ao menos para mim, que presenciei a cena... 
Foi uma manhã tranquila. Inusitadamente, divertida. É tão bom conhecer pessoas novas, mesmo que a vejamos apenas num instante, como numa conversa corriqueira no ponto de ônibus ou mesmo na fiscalização de um concurso...
[...]
O dia continua e a realidade que está "terrivelmente" assustadora me aguarda... 
"Enfim"...



sábado, 23 de outubro de 2010

As lágrimas vieram sem que eu entendesse o porquê, sem que eu as convidasse...
Simplesmente, vieram. Nenhum motivo aparente, ou melhor, todos os motivos possíveis...
Elas vieram. Umas atravessaram meus olhos... Outras ficaram por dentro. Contemplando a alma. Contemplando o mistério da alma... O mistério de ser eu... Tão enigmático... "Denso por ser complexo"... E o que  viria a ser... O que viria a ser ultrapassa o meu entendimento... rs. (como diria uma grande amiga) O que se passa comigo??? Como saberia??? Como saberia se já não há controle sobre o que sinto, sobre o que escondo, diante do que silencio... Se tudo transformou-se em interrogação e as certezas que tinha, hoje tornam-se dúvidas, imprecisão... 
[...]
Inexprimível.
Noite toda ouvindo: "That I would be good" - Alanis Morissette

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Porque existe saudade que a gente tem 'vezenquando', mas existe saudade que habita dentro de nós..."
[pedaço de mim]
E eis que um dia, surgiu uma Luz em meio ao caos, num período turvo da vida...
Eis que hoje... Hoje essa luz distancia-se de mim...
Cada vez mais.
Não que isso seja negativo.
Simplesmente, acontece.
Introspecção.
Ela.
Eu.
Você.
Nós.
Possibilidades?
Devaneios?
O que não pode ser, é aquilo que está além de nós...
Quanto a nós?
Permaneceremos cada qual em seu caminho, na trajetória escolhida...
Bem melhor que seja assim...
Quem sabe um dia nossos caminhos se encontram...
Não é necessário traçar planos...
Queria, sim, você perto de mim...
Mas, não adianta tentar construir um castelo de ilusões num terreno tão confuso, tão singularmente incerto...
[...]

Se eu dissesse o que realmente se passa comigo, você não entenderia... Sendo assim, prefiro calar-me...
Mesmo quando nos falamos, calo-me. Porque existem verdades que são apenas nossas... Porque existem momentos que só podem existir em nosso coração... Porque existem interrogações em nosso ser que competem somente a nós mesmos... Divagar? Questionar? Insistir? Não. Talvez. Não.

Nem sempre o coração é um bom conselheiro.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Numa casa encantada...

Estranhamente absurdo tudo isso que vivo aqui... O reencontro com meu mundo encantado, com o despertar de um sonho que mudou a minha vida de uma maneira incrível...
Reconstituição de fragmentos do passado que ora me confundem, ora me deixam feliz. Agora, nesse entardecer, ouvindo o lirismo do canto dos pássaros, ao som de uma trilha sonora instrumental que envolve mistério e expectativas, eu percebo o quanto tudo isso é importante em minha vida...
Percebo que passe o tempo que passar, tudo isso permanecerá em mim... porque tocou meu coração, tocou minha alma...
A doçura dos sorrisos infantis que tem brilho no olhar, o aconchego dos abraços amigos, a magia da simples presença... Tudo. Tudo é tão inexprimível...
Tão mágico, tão encantado.
Eu amo essa casa.

Escrito em 09.10.10...

(nem lembrava que era um dia especial...)

Olhando agora, tudo assim tão perto e, ao mesmo tempo, com a certeza da distância, percebo o quanto a nostalgia está em mim... Saudade do que foi, do que não voltará a ser, do que poderia ter sido, do que não foi.
É estranha a sensação da certeza do quanto tudo isso me faz bem, é estranha essa paz que me envolve, mesmo que meu ser esteja totalmente abalado...
É estranho não saber como me sinto, melhor dizendo, o que eu sinto... As lágrimas não brotam em meus olhos, mas estão em meu ser, em meu coração... E não são lágrimas de tristeza, de desespero, de alegria... são lágrimas que apenas choram...
Chora por um passado que volta com toda a intensidade, que reacende sentimentos adormecidos e ressuscita o que havíamos pensado estar morto...

[...]

É sempre tão estranha, essa situação... Dessa vez, acho que bem mais... Sinto que existe uma grande interrogação nisso tudo... Acho que, na verdade, a interrogação está em mim. É um novo olhar que se apodera de mim, um sentimento mais realista... que conserva os mesmos encantos...

[...]

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Um pouco dela que me traduz...

"Sou composta por urgências
minhas alegrias são intensas
minhas tristezas, absolutas.
Me entupo de ausências,
me esvazio de excessos.
Eu não caibo no estreito,
eu só vivo nos extremos.
Eu caminho, desequilibrada,
em cima de uma linha tênue
entre a lucidez e a loucura.
De ter amigos eu gosto
porque preciso de ajuda pra sentir,
embora quem se relacione comigo
saiba que é por conta-própria e auto-risco.
O que tenho de mais obscuro,
é o que me ilumina.
E a minha lucidez é que é perigosa ...
Se eu pudesse me resumir,
diria que sou irremediável..."

(Clarice Lispector)

"Minha verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia. Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que ás vezes se extasia como diante de fogos de artifício. Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, silêncio. Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver."

Dela. (in Água Viva)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

À minha amiga-anjo-irmã...


E se eu pudesse eu sentiria por você essa dor que te consome, 
mas como não posso sentir por você, compartilho contigo...
E torço para que você consiga superar...
Para que você consiga despertar para si mesma,
de forma que a dor possa te ensinar algo positivo...
Você sabe que muitas vezes mergulho no meu mundo
e esqueço um pouco do que me rodeia, mas não te esqueço, 
porque você não simplesmente me rodeia, 
você está em mim... como uma coluna que me sustenta...
Força que me ampara quando acho que vou desmoronar...
Luz que me ilumina quando só vejo névoas...
Anjo que me protege, às vezes, de mim mesma...


Se eu pudesse, faria com que sentimentos pudessem ser arrancados dos corações
como se pudéssemos arrancar uma flor e suas raízes do chão...
Para que não mais florescesse, para que não mais maltratasse...
Porque dói em mim, quando dói em você...
E dói mais ainda quando não posso fazer nada para amenizar a dor...

Sensação de impotência, quando vemos o sofrimento de pessoas que amamos.
Se nosso abraço pudesse cicatrizar, 
seria um abraço daqueles que nos faz descansar sobre o ombro do outro...
Seria um abraço que confortaria suas lágrimas e acalmaria sua voz...

Porque, de repente, todo o caos diminui em mim...
Para que eu me volte para você...
Você que tantas vezes foi meu porto seguro...
Você que respeita e entende meu silêncio...
Você que me dá "broncas" para eu não perder a direção...
Para que eu busque a mim mesma e minha plenitude...
Você com quem compartilho meus medos, minhas angústias, meus anseios, 
alegrias, vitórias, realizações...
Você que foi colega e hoje é amiga-anjo-irmã...
Você é imprescindível em minha vida!!!


Poderia falar infinitas coisas,
falar que os desentimentos acontecem e nos ensinam a crescer...
Saibas que estou sempre contigo, mesmo que não possas me ouvir, 
mesmo que meu silêncio se faça presente...


Você que é mais que luz em minha vida...
Você é exemplo, você é força, é amparo...
Você é anjo!!!
Amo você!!!


Precisando de mim, estarei ao lado...
E, se minhas palavras não puderem te ofertar conforto, 
meu silêncio será minha forma de te dizer:
Estarei sempre contigo!!!


"O grito"

Eis a imagem que traduz como estou me sentindo nesse instante chamado "agora"... "O grito", obra expressionista do pintor Munch...

"Porque há o direito ao grito, então eu grito." (Clarice Lispector)

Mesmo que esse grito seja interiorizado, mesmo que esteja contido em meu silêncio...
Mesmo que eu não seja ouvida...
Mesmo que nem ele consiga estraçalhar com essas abstrações que tomam conta de meu ser...
Eu grito. Grito em silêncio.
Silencio porque não há voz capaz de expressar o que está em mim...
Aquilo que nem eu mesma sei explicar...
Grito porque sinto-me desorientada, sem direção...
Mesmo sabendo que a direção existe e que cabe a mim decidir por ela...
Qual será a direção???
Que rumos seguir???
Caos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um pouquinho de Clarice...

------estou procurando,estou procurando.
Estou tentando entender.
Tentando dar a alguém o que vivi
E não sei a quem,mas não quero ficar com que vivi.
Não sei o que fazer do que vivi,
tenho medo dessa desorganização profunda.
Não confio no que me aconteceu.
Aconteceu-me alguma coisa que eu,pelo fato
De não saber como viver,vivi uma outra?
A isso quereria chamar desorganização,e teria
A segurança de me aventurar,porque saberia depois
Onde voltar:para a organização anterior.
A isso prefiro chamar desorganização pois
Não quero me confirmar no que vivi –
Na confirmação de mim
eu perderia o mundo como eu o tinha,
e sei que não tenho capacidade para outro.
Se eu me confirmar e me considerar verdadeira,
Estarei perdida porque não saberei onde engastar
Meu novo modo de ser-
se eu fosse adiante nas minhas
Visões fragmentárias,
o mundo inteiro terá de se transformar
para eu caber nele (...)

A paixão segundo GH – Clarice Lispector

*Obra em prosa, mas totalmente poética...

Desconcerto...

"Tenho andado tão à flor da pele..."

Um ser multifacetado. Dinâmica constante de busca pela essência. Menina. Jovem. Mulher. Adolescente? Ficou por aí, perdida em algum caminho e, hoje, entra em conflito com seus outros "eus".
Doçura. Maturidade. Inconstância.
Sonhos que se fazem como pedidos feitos às estrelas...
E o caos se faz presente. Mesmo com aquela velha certeza de que depois de todas as crises e desesperanças, depois de todas as lágrimas e de todas as angústias, dará tudo certo... Mas, não posso agir como se isso fosse uma verdade absoluta... sei lá... tá tudo tão confuso, tão estranhamente confuso...
Sinto-me perdida em meio a um turbilhão de sentimentos, de emoções, de objetivos, de focos...
[...]
Só meu silêncio... meu silêncio gritante é que consegue entender o que se passa em mim...
[...]

terça-feira, 5 de outubro de 2010


"Uma adolescente que se mostra tardiamente..." (?)

Na verdade, talvez eu não passe de uma menina... Uma menina que, apesar de tudo, ainda sorri diante das coisas mais bobas... que fica feliz com um doce, mesmo que não seja totalmente do seu agrado... Uma menina que espalha sensibilidade, o aroma da doçura e a leveza das descobertas que ainda estão por vir...


Uma menina que guarda em seu coração os sonhos de criança, mesmo sabendo que esses sonhos podem ser apenas passageiros... Uma menina que tem um olhar diferenciado porque busca ir além... Ternura. Doçura. Menina.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

E eu fujo e fugirei sempre que meu ser sentir necessidade de oxigenação... Porque há uma lacuna a ser preenchida. Há o desejo de respirar tranquilamente... De sentir a brisa leve a acariciar minha pele, bagunçar meus cabelos e brincar com minhas sensações... Há o desejo de momentos furtivos... Há o respeito aos limites, ao tempo... Mesmo que tudo seja uma loucura... Loucura??? Também deve haver o respeito à loucura...

Clima circense...


Espetáculo.
Espetacular.
Luzes.
Show de iluminação.
Musicalidade.
Magia.
Sorrisos encantados.
Encantos despertados.
Renovados.
E a criança, em cada um, ressurgia.
Ressurgia deslumbrada diante dos contorcionismos,
diante das mágicas que os olhos não conseguiam explicar,
diante das apresentações de coreografias que encantavam a plateia,
diante das piadas dos desajeitados palhaços,
diante do bailar das águas e suas luzes,
diante dos malabarismos arriscados,
diante dos perigos na altura, 
da adrenalina provocada pelos motoqueiros do globo...
Inacreditável?
E a menina repetia: "Meu Deus!"...
E olhava deslumbrada.
Encantada.
Viva o circo!!!
Viva o fascínio de se permitir encantar com pequenas coisas.
Viva a capacidade de poder refletir sobre coisas banais...
Viva a fantasia das crianças...
Das crianças em idade e, principalmente, daquelas que mesmo com o passar do tempo, não permitem que morra a criança que habita em seus corações...
[...]



sábado, 2 de outubro de 2010

Porque por maior que seja meu sorriso,
sempre haverá uma sombra em meu olhar, em meu ser...
É inevitável.
São feridas que não cicatrizam.
São cicatrizes que não curam.
São marcas de um passado que não passou.
E eu posso até estar "feliz", 
mas meu coração carregará sempre uma melancolia intrínseca.
Que espera a euforia de momentos felizes passar
para chegar e tomar posse de seu lugar.
De seu lugar.
De mim.
Sim.
Problema com a fraternidade.
Problema?
É...
Sei que é uma dor que dói e não passa...
Uma dor que é amenizada por bálsamos que surgem e permanecem em minha vida...
Mas, que, infelizmente, não são suficientes...
Momentos como esses são aqueles em que o coração chora e as lágrimas permancem na alma.
Ainda assim, eu agradeço por tudo.
Porque amo.
Amo, mesmo que e apesar de.
[...]
Percebo que o Silêncio está em mim em todos os aspectos... tanto nos positivos quanto nos negativos...
E, se por um lado, isso me deixa contente, por outro, também me fere...
(e como fere...)
Porque a interiorização, a introspecção estão em mim...
Disso eu sei.
No entanto, tudo isso é muito vasto.
Palavras também soam silenciosas.
Silêncios também transbordam de vozes que atordoam e gritam em nós.
Não se trata exatamente da ausência de som...
Trata-se da ausência de sentido...
Do nada.
Vazio.
Silêncio comunica.
Palavras silenciam.
Palavras aproximam ou afastam.
Silêncio, também.
Tudo é uma questão de ponto de vista.
A única coisa que sei é que meu ser silencia.
Inércia.
E, que fique claro que isso não é tristeza.
Não é nada.
Simplesmente, necessidade de silenciar...
Busca.
[...]
Eu.
Porque o indizível habita em mim e, geralmente, não sei como explicar tudo isso.

E, se me perguntas se tenho algo a dizer, lembro-me de qualquer coisa banal e solto palavras que nada dizem...
Porque, talvez, o que eu quisesse dizer, não falasse, nem te tocasse tanto quanto meu silêncio...
Covardia?
Pode ser.
Inexplicavelmente estranho.
Quem sabe se...
...um dia as palavras certas fugissem de mim e expressassem tudo o que, no fundo, eu até gostaria...
Mas, o medo me impede...
[...]
Enfim.


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

À minha pequenina bailarina preferida...


Docemente leve...
Levemente intensa...
Baila no ar como pluma ao vento...
Minha pequenina bailarina...
Travessa como menina...
Determinada como mulher...
Quem disse que precisa ser constante???
Seres humanos não são constantes...
Se o fossem, não seriam humanos...
Curiosa.
Dengosa...
Inconveniente.
Presente.
Dádiva divina em minha vida.
Serena e sensata, se necessário...
Alegre e divertida, dando sentido à existência daqueles que se inebriam da sua presença...
 E ela se joga...
Joga-se diante da vida...
Vive.
Intensamente.
É luz que ilumina, também, sem dúvidas...
Luz clara e leve...
Luz que ameniza as tensões cotidianas...
Espontânea.
Menina.
Mulher.
Bailarina.
Poesia viva, em movimento.
[...]
Muito a ser dito, palavras insuficientes...


Amo vc, guria linda!!!
Obrigada, amiga!!!
Seu jeitinho doce, meigo, curioso...
Vc, todinha tbm é luz em minha vida!!!
;)