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quinta-feira, 17 de março de 2011

O paradoXo de ser Wiliana - Por Iana Lima

Poucas pessoas deveriam saber da autoria desse blog, até porque ele é quase um diário, um local, realmente, de desabafos... Mas, foi tão linda essa homenagem que recebi, que não poderia deixar de torná-la pública. Iana Lima, mulher guerreira, filha, mãe, esposa, amiga, companheira, confidente e jornalista... É um prazer tê-la em minha vida!!!
Obrigada pelo carinho!!!
[Além de Jenfte Alencar, poucas pessoas conseguiram me ver tão bem...]


Menina meiga, quase inocente, sorriso largo e temperamento genioso. Essa é uma combinação digna de uma mulher decidida em ação, mas na verdade a determinação e a decisão são características que juntas se tornam imbatíveis, porém quem as tem nem sempre as tem juntas.
Assim é Wiliana. Determinada e forte, no seu jeito simples, porém encontra resistência na decisão. Paradoxo? É a pura verdade. Estudiosa, amiga, tia. Quando em dúvida não dá um passo adiante, magoada não esquece, rejeitada nem ergue a cabeça.
Uma mulher séria, profissional e competente, porém uma criança ansiando por amar e com medo de se decepcionar. E que ama, cada um daqueles que cruzam seu caminho, ama com força, urgência, mas não entrega seu coração àquele que já o tem.
Não assume que seu destino está traçado e que enquanto não finalizar esse capítulo, outro não pode ser iniciado. Sonha sozinha, divaga, imaginado ser a única a fantasiar com o príncipe encantado. Ledo engano. Todos os corações apaixonados atravessam o mesmo processo: aceitação, coragem e depois? Depois é só recolher os cacos. Os cacos daquele amor que preencheu e esvaziou. Que nos faz feliz e nos lança uma maldição.  O amor que muitas vezes foi cantado, declamado e vivido.
Por mais dor que se possa ter, ainda é objeto de desejo. Porque simplesmente amar já é o bastante, uma dádiva. As conseqüências dessa decisão podem ser bem-sucedidas ou não, não importa, amar já foi o suficiente. Já foi sensato.
E no paradoxo de amar está Wiliana. Assim como o amor, ela é dura, insegura e intensa. E no fim das contas não enxergam que são tão próximos quanto parecidos AmorXWliana, WilianaXAmor. E nessa luta de titãs quem vence? Ainda aposto no amor, ele sempre vence!!!


Algumas reflexões acerca do “Enfim”...

Há muito tempo, garanti a um colega de trabalho que escreveria sobre o significado do “enfim” em minha vida... Os últimos acontecimentos me fizeram refletir ainda mais sobre essa mania que, hoje, já tornou-se uma marca da minha identidade. Primeiramente, porque essa mania foi iniciada em minha vida por uma pessoa extremamente especial. Em segundo lugar, não é tão difícil de entender, ou mesmo sentir, a vastidão dessa palavra.

Mais que uma classe gramatical, mais que um advérbio de tempo...

O enfim (transformei-o em um substantivo de tão importante que ele é) consegue traduzir aquilo que não se pode expressar, o que as palavras não conseguem exprimir... Exatamente. Quando as palavras não conseguem dizer tudo o que sentem, o enfim retrata o que cabe ao Silêncio. Porque o não-dito, muitas vezes, revela o mais importante; basta um gesto, um sorriso, um olhar.

Um enfim não significa “até que enfim”. Significa: palavras não são suficientes...

[…]

Linhas sobre o Silêncio...

Enquanto não crio coragem para compor meu artigo, teço aqui algumas linhas sobre o Silêncio em minha vida.

Por estar presente em minha vida desde muito cedo, o Silêncio tornou-se elemento constituinte do meu ser... Não foi uma opção escolhida, foi muito mais algo que se adequou a mim e se enquadrou perfeitamente no meu modo de ser.

Uma lacuna habita em mim. “Falto eu mesmo e essa lacuna é tudo”, disse meu amado Machado de Assis. Nem preciso citar a influência clariceana diante de minhas concepções a respeito do tal elemento. Logo ela que é tão eu... Enfim... Algo está para ser dito e é sempre omitido. Medo? Insegurança? Mais que isso. Um abismo está a minha frente. Eu olho para ele e ele me vê, mas o cruzamento desses olhares não é fruto de uma conclusão nietzscheana e, o mais importante, não pretende ser. É uma constatação factual de incertezas e impossibilidades...

Frustração? Insatisfação? Vida.

[…]

Poucas palavras...

É tudo tão vasto e silencioso...
Tão iluminado e obscuro...
São palavras não-ditas...
Olhares enigmáticos...
Silêncios agudos...
Sorrisos cúmplices...
Um misto do que não se pode entender.
Incertezas aguardam decisões.
Certezas esperam por coragem.
[...]

*** 05 de fevereiro de 2011***

Os momentos ainda estão nítidos na memória. As luzes ofuscando minha visão. O tumulto dos corpos que não se movimentavam por vontade própria mas, movidos por uma compulsão eufórica, iam de um lado para o outro no compasso (ou melhor, agito) das “melodias”. De início, nenhuma expectativa havia em mim. O único motivo: os “Primeiros Erros”, hino da legião de fãs. Outras músicas eram desconhecidas ou somente não-associadas ao grupo, como afirmara um recém-conhecido... No entanto, por acaso, como em tantos acasos, uma letra é exibida numa pesquisa virtual. Parecia até um recado... e era... “Não olhe pra trás”.

Durante o “tumulto”, uma cena transcorria meio que isolada a tudo o que acontecia em volta: mãos que se encontravam, olhares que se confundiam... Uma magia estranha perfumava a atmosfera... Foram muitas possibilidades? Sem dúvidas... Mas, o que eu não havia percebido é que o inusitado sempre pode acontecer... E, inexplicavelmente, algo surpreende o que parecia banal... Enfim... As palavras não são suficientes para descrever sensações e sentimentos provocados... Melhor mesmo é silenciar e aguardar que o tempo ocasione os fatos...

[…]

***29 de janeiro de 2011***

Ok. Depois dos últimos acontecimentos, a última coisa que eu seria era otimista. Mesmo assim, não poderia entregar-me às intempéries da vida. O show de Humberto Gessinger e Duca Leindecker foi extraordinário!!! Eles cantaram todas as músicas que meu coração queria ouvir...

Pra ser sincera, realmente, acho que não podemos esperar mais que educação das pessoas... Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão e, desde então, eu percebi que se deve lutar, mesmo que por amor às causas perdidas, porque pode ser que os dragões sejam moinhos de vento... Meu coração, na mão como um refrão de bolero, diz que não veio até aqui pra desistir agora e que nada será forte o suficiente para desanimá-lo (na verdade, nada é uma palavra esperando tradução)...

Companhias agradabilíssimas estiveram comigo, desde bem antes da festa... Ida a Petrolina, “de táxi”, com direito a parada na ponte, voltando para Juazeiro, para fotografias (inspiração de um casal de noivos que estavam perto)... Encontros e reencontros. Eis a constância da vida. E, cada um desses momentos tem uma razão única e especial, que podemos não entender no presente, mas que virá à tona, no futuro...

***24 de janeiro de 2010***

Uma busca ainda mais intensa depois de tantos questionamentos, de tantas inquietações... Diversão? Tentativa de distração... Às vezes, é necessário guardar a dor no bolso para cuidar de alguém que precisa mais de atenção, de alguém que se ama. Independente do que se sente.

Eis que surge uma decisão: é hora de recuar. Já estive muito tempo de braços abertos. É hora de esperar ser acolhida.

Absurdo: caminhando contra o vento, captando imagens, recordando momentos, olho para o lado e olhares se cruzam. Inacreditável. Mas, era real. Um encontro absolutamente inusitado. Estranhamente inusitado. E lúcido. Sem encantos exagerados. Simplesmente, bom. Acho que nada conseguiria me entusiasmar naqueles dias, com exceção da ciranda embalada pelo som de Fabiana Santiago na última sexta-feira (21)...

Ainda mais confusa. Vejo as águas do Velho Chico irem e virem, como se estivessem brincando com meus olhos, as brisas leves acariciam minha pele e meus cabelos envolvem-se com o vento. Meu pensamento? Meu pensamento voa... Meu pensamento confunde-se. Distante de mim, distante de tudo.

Uma ligação e tudo se dissipa. O teatro me espera. E eu também o aguardava, mesmo sem saber como reagiria ao deparar-me com uma situação da qual eu queria fugir. Reencontro entre amigos. Traçando metas e novos planos. Plantando sementes. Primeiro espetáculo: “Deixar ir”. Nome sugestivo, principalmente, porque mesmo com uma apresentação legal, nos permitiu viajar no túnel do tempo da memória do nosso coração, embalados por uma trilha sonora que tocava a alma... Emoção. Arrepio. Palpitação. Lágrimas contidas.

Segundo espetáculo: Estudo para Encontro Oposto – Impacto? Nem tanto. Representatividade de uma busca incontrolável. O confronto entre os gêneros, entre o movimento e o estático, entre o som e o silêncio.

Fim de espetáculo. Despertar de curiosidades. Seja como for... Enfim... Começo a pensar em desistir de acreditar nas pessoas...
Destino? Qualquer lugar. Avante! Risos, descontração, Cariri, Recife, viagens em pensamento, brincadeiras entre bons amigos... Depois do jantar, da música... Sorvete!!! Já é um novo dia... O sorvete é acompanhado por chuva, tempo frio e um casal ainda encontra clima para uma dança ao som de uma música romântica... A chuva é fortalecida e vem a fuga para o carro. De repente, sangue. Susto e, que susto... O dia é iniciado numa clínica e, mesmo assim, embalado por muito riso... Preocupação e riso. Chocolate para finalizar e... casa... Afinal, daqui a pouco é hora de trabalhar...

Foi um dia inesquecível, certamente...

Hoje, passado algum tempo, relembro esse dia com uma certa nostalgia. A incerteza de dias como esse é notável e isso dói. Dói porque saudade dói e só. Mas uma coisa é certa. Momentos como esse e como outros tantos, nada conseguirá apagar da memória dos nossos corações.

À Kathianne, Fábio, Karllienne, Jonhatan e Nondas.
Valeu, amigos!!!