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domingo, 3 de abril de 2011

***Das utopias***




"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"

Mário Quintana

quinta-feira, 17 de março de 2011

O paradoXo de ser Wiliana - Por Iana Lima

Poucas pessoas deveriam saber da autoria desse blog, até porque ele é quase um diário, um local, realmente, de desabafos... Mas, foi tão linda essa homenagem que recebi, que não poderia deixar de torná-la pública. Iana Lima, mulher guerreira, filha, mãe, esposa, amiga, companheira, confidente e jornalista... É um prazer tê-la em minha vida!!!
Obrigada pelo carinho!!!
[Além de Jenfte Alencar, poucas pessoas conseguiram me ver tão bem...]


Menina meiga, quase inocente, sorriso largo e temperamento genioso. Essa é uma combinação digna de uma mulher decidida em ação, mas na verdade a determinação e a decisão são características que juntas se tornam imbatíveis, porém quem as tem nem sempre as tem juntas.
Assim é Wiliana. Determinada e forte, no seu jeito simples, porém encontra resistência na decisão. Paradoxo? É a pura verdade. Estudiosa, amiga, tia. Quando em dúvida não dá um passo adiante, magoada não esquece, rejeitada nem ergue a cabeça.
Uma mulher séria, profissional e competente, porém uma criança ansiando por amar e com medo de se decepcionar. E que ama, cada um daqueles que cruzam seu caminho, ama com força, urgência, mas não entrega seu coração àquele que já o tem.
Não assume que seu destino está traçado e que enquanto não finalizar esse capítulo, outro não pode ser iniciado. Sonha sozinha, divaga, imaginado ser a única a fantasiar com o príncipe encantado. Ledo engano. Todos os corações apaixonados atravessam o mesmo processo: aceitação, coragem e depois? Depois é só recolher os cacos. Os cacos daquele amor que preencheu e esvaziou. Que nos faz feliz e nos lança uma maldição.  O amor que muitas vezes foi cantado, declamado e vivido.
Por mais dor que se possa ter, ainda é objeto de desejo. Porque simplesmente amar já é o bastante, uma dádiva. As conseqüências dessa decisão podem ser bem-sucedidas ou não, não importa, amar já foi o suficiente. Já foi sensato.
E no paradoxo de amar está Wiliana. Assim como o amor, ela é dura, insegura e intensa. E no fim das contas não enxergam que são tão próximos quanto parecidos AmorXWliana, WilianaXAmor. E nessa luta de titãs quem vence? Ainda aposto no amor, ele sempre vence!!!


Algumas reflexões acerca do “Enfim”...

Há muito tempo, garanti a um colega de trabalho que escreveria sobre o significado do “enfim” em minha vida... Os últimos acontecimentos me fizeram refletir ainda mais sobre essa mania que, hoje, já tornou-se uma marca da minha identidade. Primeiramente, porque essa mania foi iniciada em minha vida por uma pessoa extremamente especial. Em segundo lugar, não é tão difícil de entender, ou mesmo sentir, a vastidão dessa palavra.

Mais que uma classe gramatical, mais que um advérbio de tempo...

O enfim (transformei-o em um substantivo de tão importante que ele é) consegue traduzir aquilo que não se pode expressar, o que as palavras não conseguem exprimir... Exatamente. Quando as palavras não conseguem dizer tudo o que sentem, o enfim retrata o que cabe ao Silêncio. Porque o não-dito, muitas vezes, revela o mais importante; basta um gesto, um sorriso, um olhar.

Um enfim não significa “até que enfim”. Significa: palavras não são suficientes...

[…]

Linhas sobre o Silêncio...

Enquanto não crio coragem para compor meu artigo, teço aqui algumas linhas sobre o Silêncio em minha vida.

Por estar presente em minha vida desde muito cedo, o Silêncio tornou-se elemento constituinte do meu ser... Não foi uma opção escolhida, foi muito mais algo que se adequou a mim e se enquadrou perfeitamente no meu modo de ser.

Uma lacuna habita em mim. “Falto eu mesmo e essa lacuna é tudo”, disse meu amado Machado de Assis. Nem preciso citar a influência clariceana diante de minhas concepções a respeito do tal elemento. Logo ela que é tão eu... Enfim... Algo está para ser dito e é sempre omitido. Medo? Insegurança? Mais que isso. Um abismo está a minha frente. Eu olho para ele e ele me vê, mas o cruzamento desses olhares não é fruto de uma conclusão nietzscheana e, o mais importante, não pretende ser. É uma constatação factual de incertezas e impossibilidades...

Frustração? Insatisfação? Vida.

[…]

Poucas palavras...

É tudo tão vasto e silencioso...
Tão iluminado e obscuro...
São palavras não-ditas...
Olhares enigmáticos...
Silêncios agudos...
Sorrisos cúmplices...
Um misto do que não se pode entender.
Incertezas aguardam decisões.
Certezas esperam por coragem.
[...]

*** 05 de fevereiro de 2011***

Os momentos ainda estão nítidos na memória. As luzes ofuscando minha visão. O tumulto dos corpos que não se movimentavam por vontade própria mas, movidos por uma compulsão eufórica, iam de um lado para o outro no compasso (ou melhor, agito) das “melodias”. De início, nenhuma expectativa havia em mim. O único motivo: os “Primeiros Erros”, hino da legião de fãs. Outras músicas eram desconhecidas ou somente não-associadas ao grupo, como afirmara um recém-conhecido... No entanto, por acaso, como em tantos acasos, uma letra é exibida numa pesquisa virtual. Parecia até um recado... e era... “Não olhe pra trás”.

Durante o “tumulto”, uma cena transcorria meio que isolada a tudo o que acontecia em volta: mãos que se encontravam, olhares que se confundiam... Uma magia estranha perfumava a atmosfera... Foram muitas possibilidades? Sem dúvidas... Mas, o que eu não havia percebido é que o inusitado sempre pode acontecer... E, inexplicavelmente, algo surpreende o que parecia banal... Enfim... As palavras não são suficientes para descrever sensações e sentimentos provocados... Melhor mesmo é silenciar e aguardar que o tempo ocasione os fatos...

[…]

***29 de janeiro de 2011***

Ok. Depois dos últimos acontecimentos, a última coisa que eu seria era otimista. Mesmo assim, não poderia entregar-me às intempéries da vida. O show de Humberto Gessinger e Duca Leindecker foi extraordinário!!! Eles cantaram todas as músicas que meu coração queria ouvir...

Pra ser sincera, realmente, acho que não podemos esperar mais que educação das pessoas... Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão e, desde então, eu percebi que se deve lutar, mesmo que por amor às causas perdidas, porque pode ser que os dragões sejam moinhos de vento... Meu coração, na mão como um refrão de bolero, diz que não veio até aqui pra desistir agora e que nada será forte o suficiente para desanimá-lo (na verdade, nada é uma palavra esperando tradução)...

Companhias agradabilíssimas estiveram comigo, desde bem antes da festa... Ida a Petrolina, “de táxi”, com direito a parada na ponte, voltando para Juazeiro, para fotografias (inspiração de um casal de noivos que estavam perto)... Encontros e reencontros. Eis a constância da vida. E, cada um desses momentos tem uma razão única e especial, que podemos não entender no presente, mas que virá à tona, no futuro...

***24 de janeiro de 2010***

Uma busca ainda mais intensa depois de tantos questionamentos, de tantas inquietações... Diversão? Tentativa de distração... Às vezes, é necessário guardar a dor no bolso para cuidar de alguém que precisa mais de atenção, de alguém que se ama. Independente do que se sente.

Eis que surge uma decisão: é hora de recuar. Já estive muito tempo de braços abertos. É hora de esperar ser acolhida.

Absurdo: caminhando contra o vento, captando imagens, recordando momentos, olho para o lado e olhares se cruzam. Inacreditável. Mas, era real. Um encontro absolutamente inusitado. Estranhamente inusitado. E lúcido. Sem encantos exagerados. Simplesmente, bom. Acho que nada conseguiria me entusiasmar naqueles dias, com exceção da ciranda embalada pelo som de Fabiana Santiago na última sexta-feira (21)...

Ainda mais confusa. Vejo as águas do Velho Chico irem e virem, como se estivessem brincando com meus olhos, as brisas leves acariciam minha pele e meus cabelos envolvem-se com o vento. Meu pensamento? Meu pensamento voa... Meu pensamento confunde-se. Distante de mim, distante de tudo.

Uma ligação e tudo se dissipa. O teatro me espera. E eu também o aguardava, mesmo sem saber como reagiria ao deparar-me com uma situação da qual eu queria fugir. Reencontro entre amigos. Traçando metas e novos planos. Plantando sementes. Primeiro espetáculo: “Deixar ir”. Nome sugestivo, principalmente, porque mesmo com uma apresentação legal, nos permitiu viajar no túnel do tempo da memória do nosso coração, embalados por uma trilha sonora que tocava a alma... Emoção. Arrepio. Palpitação. Lágrimas contidas.

Segundo espetáculo: Estudo para Encontro Oposto – Impacto? Nem tanto. Representatividade de uma busca incontrolável. O confronto entre os gêneros, entre o movimento e o estático, entre o som e o silêncio.

Fim de espetáculo. Despertar de curiosidades. Seja como for... Enfim... Começo a pensar em desistir de acreditar nas pessoas...
Destino? Qualquer lugar. Avante! Risos, descontração, Cariri, Recife, viagens em pensamento, brincadeiras entre bons amigos... Depois do jantar, da música... Sorvete!!! Já é um novo dia... O sorvete é acompanhado por chuva, tempo frio e um casal ainda encontra clima para uma dança ao som de uma música romântica... A chuva é fortalecida e vem a fuga para o carro. De repente, sangue. Susto e, que susto... O dia é iniciado numa clínica e, mesmo assim, embalado por muito riso... Preocupação e riso. Chocolate para finalizar e... casa... Afinal, daqui a pouco é hora de trabalhar...

Foi um dia inesquecível, certamente...

Hoje, passado algum tempo, relembro esse dia com uma certa nostalgia. A incerteza de dias como esse é notável e isso dói. Dói porque saudade dói e só. Mas uma coisa é certa. Momentos como esse e como outros tantos, nada conseguirá apagar da memória dos nossos corações.

À Kathianne, Fábio, Karllienne, Jonhatan e Nondas.
Valeu, amigos!!!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Divagações II...

Seria possível abandonar convicções em prol do outro? Seria possível a renúncia? Haveria uma renúncia recíproca? Sinceramente, não sei se isso seria possível sem que um dos envolvidos num momento determinado se sentisse frustrado...
Talvez, essa seja uma visão meio pessimista, mas... enfim... É como penso nesse momento que chamo 'agora'.
Porque não é tão simples quanto parece. Não é só decidir e está acabado. Decisão implica mudança. E, determinadas decisões não são fáceis de serem adaptadas ao contexto da realidade.
Nesse momento, eu observo o Velho Chico... É noite. O reflexo das luzes da cidade nas ágas do rio torna-o ainda mais belo, apesar dos maus tratos que ele sofre diariamente (algo que me entristece muito). Converso com ele (um dia, fui chamada de louca por dizer que ia a orla para me encontrar com ele - rs.). Fazer o que se ele me ouve? As estrelas estão escondidas. Lembro-me de uma frase que diz que as pessoas que amamos são como elas, mesmo que não possamos vê-las sempre, temos a certeza de suas existências e, esse momento é suficiente  para nos fazer esboçar um sorriso tímido nos lábios.
Luzes multicoloridas nas águas me remetem às luzes de minha vida... Cada uma em sua cor, ou em sua multicor dá um novo sentido a minha existência. Algumas luzes estão distantes e não fazem ideia do quanto seu brilho me atinge e do quanto consegue ser presente em minha vida, mesmo 'ausentes'. Outras luzes estão próximas,  mas não conseguem entender que são luzes para mim. (É uma pena que não percebam o quanto são importantes). O bom é que há luzes que sabem que são luzes, embora desconheçam toda a intensidade do cintilar que habita em meu universo.
O clima úmido diante da orla ocasiona uma interiorização nostálgica. Saudade. É sempre essa a palavra que ecoa em minha alma e em meu coração. Mais que Silêncio, visto que este já é algo que me constitui. A Saudade não é mais um sentimento para mim, é um estado de ser, permanente. Que não sai de mim. Não sai.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Eu só queria uma palavra...
Sei que um abraço seria muito...
E embora saiba que nada disso é possível...
Digo e repito: eu amo.
E, cada vez que vejo o olhar indiferente,
sinto que meu coração se comprime até sentir uma dor aguda que não passa.
Dor infinita. Dor de saudade do que se tem certeza de que não volta.
Dor de relações que se transformaram em ruínas...
Destroços de relacionamentos secos, vazios, inconsequentes.
Cristais fragmentados...
Corações fragmentados...
Vidas fragmentadas...
Incompletas...

...Leveza... (?)

Leveza...
Engraçada sensação de que está tudo bem, artificialmente...
Certa vez questionei a uma amiga sobre a existência de uma felicidade real, plena...
Ela me disse que éramos felizes...
Bom, estou certa de que tive e tenho muitos momentos 'felizes', legais mesmo...
Mas, o que quero é mais que isso.
O que eu desejo, arduamente, é uma felicidade que me inebrie, que me faça sonhar, flutuar, ir além...
Não quero essa felicidade superficial, de que está tudo bem e pronto.
Eu quero que esteja mais que bem.
Eu quero sentir meu coração leve e andar saltitando pelas ruas como criança...
Eu quero contemplar o horizonte e ter a sensação de que tudo valeu e vale a pena...
Eu quero relembrar os momentos e perceber o quanto eles me fizeram crescer...
Eu quero não lamentar o que não foi, o que poderia ter sido...
Eu quero o querer.
O sentir.
O  viver.
Eu quero não ser interrogada pelo motivo de uma suposta tristeza.
Quero que as pessoas entendam meu cansaço e não questionem meus sentimentos.

É tudo muito confuso.
Muito arbitrário.
Tudo.

[...]




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

...2011...

Hesitei tanto em postar esse primeiro texto por muitos motivos... A falta de tempo é sempre a melhor desculpa, mas, de fato, era a importância ou mesmo uma surperstição boba... O primeiro revelará muito do que esse ano representará... Do que ele já está representando, principalmente, porque isso aqui é quase um diário para mim...

Vamos lá...
Ano de mudanças. Reviravoltas... Engraçado como de uns tempos pra cá, pequenas loucuras tem feito parte de minha vida... Efeito amor à Fundação Casa Grande, eu diria...

Enfim.

Chega um momento em que é necessário entender que não dá mais para viver num mundo de faz-de-contas...
"Faz-de-conta que o tempo não passa, faz-de-conta que o príncipe encantado existe, faz-de-conta que a felicidade sempre chega..."
Cansada. Cansada porque o tempo passa, príncipes não existem, o pra sempre nem sempre é eterno e, felicidade é um estado que vem e pode passar...
É preciso viver a realidade.

Chega um momento em nossas vidas em que certas decisões são inevitáveis... Algumas mudanças são importantes para nosso crescimento pessoal...
Não podemos ter tudo o que desejamos, mas temos a obrigação de aproveitar intensamente tudo aquilo que nos é ofertado pela vida... Sim. Ela é efêmera. E o tempo? O tempo passa velozmente e nos maltrata porque nos põe em prova constantemente...
Seguir. Sempre. Eis a maior realidade, a maior necessidade humana...

[...]

Que seja doce.
Mesmo que e apesar de.