Seria possível abandonar convicções em prol do outro? Seria possível a renúncia? Haveria uma renúncia recíproca? Sinceramente, não sei se isso seria possível sem que um dos envolvidos num momento determinado se sentisse frustrado...
Talvez, essa seja uma visão meio pessimista, mas... enfim... É como penso nesse momento que chamo 'agora'.
Porque não é tão simples quanto parece. Não é só decidir e está acabado. Decisão implica mudança. E, determinadas decisões não são fáceis de serem adaptadas ao contexto da realidade.
Nesse momento, eu observo o Velho Chico... É noite. O reflexo das luzes da cidade nas ágas do rio torna-o ainda mais belo, apesar dos maus tratos que ele sofre diariamente (algo que me entristece muito). Converso com ele (um dia, fui chamada de louca por dizer que ia a orla para me encontrar com ele - rs.). Fazer o que se ele me ouve? As estrelas estão escondidas. Lembro-me de uma frase que diz que as pessoas que amamos são como elas, mesmo que não possamos vê-las sempre, temos a certeza de suas existências e, esse momento é suficiente para nos fazer esboçar um sorriso tímido nos lábios.
Luzes multicoloridas nas águas me remetem às luzes de minha vida... Cada uma em sua cor, ou em sua multicor dá um novo sentido a minha existência. Algumas luzes estão distantes e não fazem ideia do quanto seu brilho me atinge e do quanto consegue ser presente em minha vida, mesmo 'ausentes'. Outras luzes estão próximas, mas não conseguem entender que são luzes para mim. (É uma pena que não percebam o quanto são importantes). O bom é que há luzes que sabem que são luzes, embora desconheçam toda a intensidade do cintilar que habita em meu universo.
O clima úmido diante da orla ocasiona uma interiorização nostálgica. Saudade. É sempre essa a palavra que ecoa em minha alma e em meu coração. Mais que Silêncio, visto que este já é algo que me constitui. A Saudade não é mais um sentimento para mim, é um estado de ser, permanente. Que não sai de mim. Não sai.
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